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11-08-2014

Muitos colonos desistiram “porque era preciso trabalhar muito”



David Lages, de 88 anos e a sua mulher, Elvira Pernadas, de 85 anos, são dois dos poucos colonos que não desistiram da campanha agrícola executada pelo Governo nas décadas de 50 e 60 do século passado, mas à custa de “muito trabalho”.

Durante a XII edição da “Festa do Colono” realizada ontem no lugar hoje designado por Senhora dos Campos, na freguesia de São Salvador, em Ílhavo, David Lages disse ao Diário de Aveiro que se muitos desistiram – foram distribuídas 77 habitações e apenas 22 se mantiveram - foi porque “não havia mel para comer”. A expressão serve para explicar que para a terra da antiga “Colónia Agrícola da Gafanha” produzir era preciso “trabalhar muito”. Trabalhando muito conseguiam 100 arrobas de milho por ano (cada arroba corresponde a cerca de 15 quilogramas), 15 sacos de 100 quilogramas de feijão, assim como 18 contos (90 euros) de ervilha, “fora a que gastávamos e dávamos”. Também produziam batata, flores e tinham 10 vacas para cuidar. Além da venda dos produtos agrícolas tinham o suficiente para a alimentação da família. A lida da casa também era muito difícil.

Elvira Pernadas sugere imaginar o que custa lavar a roupa de 10 pessoas, uma vez que tinham oito filhos. Oriundos do Sabugal, distrito da Guarda, já tinham três filhos quando chegaram à colónia e Elvira Pernadas chegou a Ílhavo grávida. Depois do quarto filho nasceram mais quatro. “Puseram uma camioneta à nossa disposição para a nossa mudança”, recorda David Lages. A decisão de mudar foi fácil de tomar quando pensaram que no Sabugal não iriam conseguir emprego para os filhos. Cerca de 60 anos depois – embora mantenham terra a produzir - “para nós foi trabalhar até mais não”, disse Elvira Pernadas. O marido confirma: “trabalhámos demasiado e passei noites sem dormir”. Mas o rendimento conseguido não era suficiente para a família e, além da agricultura, conseguia mais dinheiro trabalhando na estiva dos navios no cais da Gafanha.


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